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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O temporal e o eterno

Antônio Ribeiro de Almeida
A Religião Católica: Possibilidades e Perspectivas, de Alphonse Dupront
Tradução de Henrique C. de Lima Vaz
Loyola, 1995, 96 pp.

Magnífico! Não existe outro adjetivo para qualificar este livro do historiador francês Alphonse Dupront. É de leitura obrigatória não só por parte dos católicos como dos que buscam compreender o que está acontecendo com a Igreja, não só no Brasil, como no resto do mundo após o Concilio Vaticano II. Para compreendê-lo em sua vasta riqueza é preciso que o leitor conheça um pouco a História do Ocidente desde a vinda de Jesus Cristo. Que isto, no entanto, não intimide a quem buscar uma fundamentação cultural mais sólida sobre esta instituição humana e divina, tão discutida, tão amada, odiada e, sobretudo, pouco conhecida e compreendida.
Henrique Vaz, na nota bibliográfica que escreveu para a revista Síntese, volume 22, informa que Dupront é um dos fundadores da etno-história e que seu método de abordagem é histórico-fenomenológico. Mas de que trata, afinal, este livro? Trata do temporal e do eterno, dos desafios que os tempos modernos colocaram para a Igreja; da libertação da Igreja dos poderes temporais, da descoberta do outro e da essencial necessidade do sagrado que pulsa no coração de cada ser humano. É me impossível, contudo, oferecer ao leitor uma visão total desta obra. Por isto, escolhi um pequeno tópico que se refere à crítica muito tranqüila que Dupront faz dos desvios da vida sacerdotal e que chama de "forças de secularização".
Estas forças trabalham a Igreja desde o final do século XVI e ganharam terrível velocidade após o Concílio Vaticano II quando se observou que, em nome de uma apressada modernização, que significava um banho para retirar a poeira dos séculos, quando jogou-se a água suja jogou-se também a criança que estava na bacia. Os sinais de secularização ocorrem na tendência da sociedade eclesial a se reconhecer apenas no modelo laico. O abandono do hábito, a definição das funções sacerdotais segundo o vocabulário sócio-econômico; a demissão dos bispos aos 75 anos, e, pairando e dominando tudo isto o critério do útil. Neste caso o sacerdote ou presbítero fica se questionando, desde os tempos do seminário, qual a sua utilidade e que deverá também se encaminhar para uma profissão (psicólogo é a preferida) para ser "útil" à comunidade. Nisto, como no resto, a Igreja "se conforma com o mundo". O caráter do sacerdote ter uma profissão ou que exerça escrupulosamente o seu "ofício", como se estabeleceu desde a Reforma, escreve Dupront, retira do sacerdócio o que ele tem de mais essencial: ser um sinal do Sagrado no mundo profano, disponível para ir, sem bolsa ou alforge para onde determina o Espírito. E, hoje, se o padre não for um psicólogo, um assistente social, um advogado ou um "logo" qualquer, tem questionada sua utilidade por parte dos próprios leigos. Dupront considera o sacerdote como uma das pessoas mais essenciais à sociedade humana se é ele, como de fato o é, aquele que perdoa os pecados e que sacrifica o Cordeiro de Deus nos altares do mundo. Tendo vivido na Igreja dos dois concílios posso perceber muito bem as diferenças gritantes, e, infelizmente, piores, que existem entre os velhos curas das paróquias e os padres da "nouvelle vague". Não vou me alongar nesta diferenças dolorosas. Apontarei algumas apenas. Os velhos curas sabiam muito bem o seu Latim e iam aos clássicos da Igreja; viviam nas casas paróquias que eram anexos da Igreja e estavam disponíveis a qualquer hora do dia ou da madrugada; ficavam horas e horas ouvindo os seus fiéis nas confissões individuais. E hoje?
Em resumo. Há um conflito entre o que o mundo pede ao sacerdote e o que a Igreja espera. A Igreja espera, segundo Dupront, que vivendo no século ele continue "não sendo deste mundo". Discípulo de Cristo, que ele carregue na sua cruz particular o passado da Igreja com sua tradição, desvios na história e um presente de angústias. Que ele seja, afinal, o pastor que aponta para todos nós que o reino de Deus não é uma ficção ou uma ilusão. Que a caminhada é longa mas que Cristo "venceu o mundo e a morte" e que há, portanto, certeza para nós de uma nova vida. É deste tipo de sacerdote que os católicos precisam e com o qual concordo plenamente.
Antônio Ribeiro de Almeida

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A ESTIGMATIZAÇÃO DA LÍNGUA NA SOCIEDADE

Elenilza Maria de Araújo Sousa[1]

O preconceito da língua se prospera linearmente, posto que, a sociedade ao invés de tentar combatê-lo, alimenta-o normalmente, obedecendo muitas vezes, um sistema tradicional relacionado à homogeneidade.

Os professores de Língua Portuguesa na tentativa de acompanhar esse sistema só se preocupam apenas em transmitir conhecimentos relativos às regras prescritivas da gramática normativa, deixando de lado as variações que pluralizam a língua do indivíduo no meio social.

Em observância a isso, o presente artigo, visa fazer uma discursão acerca da estigmatização da língua na sociedade, sendo que servirá também como proposta à democratização ao ensino de língua materna.

Em relação ao exposto Bagno “[...] dizer que a língua apresenta variações significa dizer, então que ela é heterogênea” (2008, p. 25). Vale salientar então, que a língua portuguesa não é uma língua única, mas, diferentes linguagens que circulam no meio social.

Seguindo a mesma linha de raciocínio, Mollica esclarece que “todas as línguas apresentam um dinamismo inerente, o que significa que elas são heterogênea”[...] ( 2004, p. 09). Vale lembrar que essa heterogeneidade ocorre através dos mais diversos fenômenos, seja de natureza sintática, semântica ou até mesmo fonológica.

Conforme essa idéia, reforça-se que as várias linguagens presentes na sociedade em geral merecem uma maior atenção, tendo sempre o cuidado de explicitar que cada uma delas são internalizada de acordo com o ambiente em que o indivíduo se insere. Entretanto, se o indivíduo nunca frequentou a escola, seu modo de se expressar é diferenciado daquele que foi um frequentador assíduo.

Por isso é necessário haver cada vez mais uma forte tendência na luta contra o preconceito linguístico. Este está bem presente no dia a dia das pessoas e parece que a sociedade reforça-o com maior naturalidade.

Faz-se lembrar que os veículos de comunicação também têm sua colaboração na existência do preconceito, uma vez que ver em novelas, na TV, atores e atrizes representando exageradamente, um nordestino como uma pessoa “pobre”, “sem cultura”, vulgar, que só gera angústia, sofrimento, usando uma linguagem inexistente no nordeste, um modelo mal formulado.

Como postula Bagno “o preconceito linguístico fica bastante claro numa série de afirmações que já fazem parte da imagem (negativa) que o brasileiro tem de si mesmo e da língua falada por aqui” (1999, p.13 ).

A gramática normativa, com já se mencionou, também tem sua participação na estigmatização da língua portuguesa, principalmente na linguagem utilizada pela população mais carente, sendo que, todo indivíduo tem sua gramática natural, utilizada para interagir.

Algumas vezes, o professor na aula de Língua Portuguesa, ensina apenas as regras categóricas, rotuladas da gramática normativa sem se preocupar com a interação, tampouco em fazer uma reflexão relacionada à língua não-padrão, por exemplo. Se assim fosse, a relação entre professor e aluno tornar-se-ia de igual para igual, e a aprendizagem processar-se-ia com mais naturalidade.

Em complemento Votre sublinha que “há um consenso em que o professor de língua materna é o profissional encarregado de prescrever e controlar o domínio da norma, nas atividades de produção de texto e retextualização [...]” (2004, p. 52).

Outro fator colaborador do preconceito da língua está relacionado ao um mito que ainda se perpetua de que a freqüência ou não à escola é um diferencial principalmente no aspecto da linguagem, ou seja, só os freqüentadores dessa, como leitores assíduos são capazes de usar “plenamente” a língua. Como uma instituição delimitadora, a escola prescreve o que cada um pode ou não fazer. Então, a escola, assim como grande parte da sociedade, não se preocupa em tratar a questão do estigmatização da língua como algo que também merece ser observado com o objetivo de se concluir que as classes menos favorecidas estão sofrendo com isso.

Bagno argumenta que



É preciso, portanto, que a escola e todas as demais instituições voltadas para a educação e a cultura abandonem esse mito da “unidade” do português do Brasil e passem a reconhecer a verdadeira diversidade lingüística de nosso país para melhor planejarem suas políticas de ação junto à população amplamente marginalizada dos falantes da variação não padrão (1999, p.18).



Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa- PCNs (1998) reconhecem a existência das variantes lingüísticas, que devem ser aceitas tanto pelos professores como pela sociedade para que se possa proporcionar a democratização das linguagens existentes na sociedade, pois, não há um falar certo ou errado, o que existe são linguagens diferentes.

Um dos meios eficazes para o ensino de língua materna é incentivar o aluno a ter gosto pela leitura, conhecer vários gêneros textuais, com o intuito de ajudar o indivíduo a ter habilidade linguística. A função da escola, neste contexto, é explicar a diferença entre os diversos dialetos, enquanto a gramática normativa será um dos critérios complementares a ser ensinado para o aluno com a finalidade de produzir textos dissertativos, por exemplo, que ainda estão presentes em alguns exames de vestibulares, além de outros gêneros.

Travaglia explica que



Todavia, se acreditasse que em diferentes tipos de situações tem-se ou deve-se usar uma língua de modos variados não há porque, ao realizar as atividades de ensino/aprendizagem da língua materna, insistir no trabalho apenas com uma das variedades, a norma culta, discutindo apenas suas características e buscando apenas seu domínio em detrimento das outras formas de uso da língua que podem ser mais adequada a determinadas situações ( 2006, p. 41 ).





Vale salientar que a instituição escolar precisa se adequar aos variados tipos de linguagens, pluralizando desta forma, o ensino de língua materna, pois, como menciona o último autor, as diferentes formas de usar a língua, algumas vezes, funcionarão com um grau maior de naturalidade em várias situações de uso.

Assim, para que o professor não seja tachado de preconceituoso, ele precisa ser um “poliglota” de língua portuguesa (própria), isto é, conhecer as variações nos seus dialetos geográficos, sociais, em dimensão do sexo, etc. Como propõe Travaglia ( 2006), o professor também necessita ter uma certa competência comunicativa, ou seja, usar a língua de acordo com as diversas situações discursiva.

Desta forma, pode-se argumentar que a educação ainda é um privilégio para poucas pessoas neste país, enquanto uma parte da sociedade (elite) tem o domínio da norma de maior prestígio, isso se deve ao fato desta classe (elite) ter um maior poder econômico, outra parte da sociedade, a marginalizada, não tem acesso a uma educação de qualidade, porém, não quer dizer que esta não conheça a gramática e que não fale português. Esta classe discriminada, também tem sua gramática particular e fala português, um português não-padrão, pois, não se conhece uma teoria que diga que o português é uma língua única. Se houvesse, a maioria das pessoas seria chamada de “sem língua” (BAGNO, 1999).

O que se sabe é que a linguagem de quem não tem acesso à norma padrão é tida por alguns, como objeto de preconceito, servindo de chacotas e risos pelos conhecedores da gramática normativa. Sendo que, estes em um pequeno descuido, usam a norma não-padrão e não se dão conta disso. Vale inferir também, sobre as falhas referentes à gramática tradicional, e que alguns estudiosos da língua vêm se preocupando em fazer análises com ajuda de pesquisas.

Em um artigo na revista Discutindo Língua Portuguesa, Bagno afirma que “ o que se convencionou chamar de “língua” nas sociedades letradas é, na verdade, um produto social, artificial, que não corresponde aquilo que a língua geralmente é” ( 2008, p. 22 ).

Ao se falar em língua portuguesa, alguns afirmam “que é difícil”. Tal premissa é fruto de uma atitude discriminatória, posto que o português não está centrado nas regras paralisadas da gramática, pois, todo brasileiro nato sabe sua língua materna de forma clara e objetiva. A mesma premissa citada de que o português é muito difícil, acaba sendo “o terror” nas aulas de Língua Portuguesa, logo que se fala em aula de português, o aluno, imediatamente concebe as regras “rotuladas” da gramática normativa.

Em “Língua e liberdade” Luft discute uma maneira tradicional e errada de ensinar a língua materna. A obsessão gramatical está bem presente nas aulas de Língua Portuguesa ( 1994). O que há é uma visão permanentemente distorcida relacionada ao ensinar escrever certo e falar da mesma forma. Isso são apenas “falácias”, pois, ninguém fala da mesma maneira que escreve, até mesmo porque a língua escrita não é capaz de traduzir as intenções pretendidas pelo leitor, no entanto na língua falada repetem-se muitos conectivos, palavras, para enfatizar o objetivo pretendido pelo falante.

Neste contexto, a palavra regra está usada como uma espécie de lei que dita, impõe, condena, portanto, o que é errado, já na perspectiva científica “ regra” é aquilo que expõe uma regularidade (BAGNO ,2008 ).

Alguns casos de preconceito se dão pelo próprio indivíduo, que muitas vezes, envergonha-se quanto ao seu modo de falar, comparando sua língua às de outros países, criticando, argumentando que só quem sabe falar português são as pessoas que moram nesses lugares, acreditando no mito de que o português de Portugal, por exemplo, é “certo” e que ser brasileiro significa não conhecer a língua portuguesa. O que existe neste caso, foi fruto de uma criação postulada pelas pessoas pertencentes à elite que se passa de geração em geração. Quando o indivíduo nasce, aprende a falar as primeiras palavras no cotidiano, junto com a família.

Pelos meados de 1921 o historiador e filólogo João Ribeiro apud Bagno dizia que





A nossa Gramática não pode ser a mesma dos portugueses. As diferenciações regionais reclamam o estilo e métodos diversos. A verdade é que, corrigindo-nos estamos de fato a mutilar idéias e sentimentos que nos são pessoais.Já não é a língua que apuramos, é o nosso espírito que sujeitamos a servilismo inexplicável.Falar diferente não é falar errado.A fisionomia dos filhos não é aberração teratológica da fisionomia paterna.Na linguagem como na natureza, não há igualdades absolutas; não há, pois,expressões diferentes que não correspondam também a idéias ou a sentimentos diferentes.Trocar um vocábulo, uma inflexão nossa por outra de Coimbra é alterar o valor de ambos a preço de uniformidades artificiosas e enganadoras (2001, p.164)





Situação parecida acontece com o português do Maranhão. Foi criada uma lenda e que se fortalece a cada dia de que as pessoas que lá habitam falam melhor o português. Sabe-se que todos os brasileiros como já foi dito, sabem usar o português do Brasil. Se por um lado os maranhenses usam expressões como: tu queres, tu botas, em outras regiões usa-se tu quer, tu bota. Isto não quer dizer estejam mais ou menos corretos. Além disso, o pronome “você” está bastante usado nas mesmas regiões. Isto implica dizer que a língua está evoluindo e que o pronome “tu” está quase em desuso na fala.

Outros casos de preconceito linguístico estão presentes na vida das pessoas com pouca ou nenhuma escolaridade. As palavras com variantes como: Craudia, chicrete, praca, broco, pranta (BAGNO, 1999), são inaceitáveis socialmente e os usuários dessas variantes são chamados de pessoas com “atraso mental”. Sabe-se que algumas palavras da língua portuguesa padrão, passaram por evoluções (rotacismo) palavras como: branco à português – padrão / blank à Germânico, porque se pensar que nomes como: chicrete, Craudia, broco e pranta, constitui um “defeito de fala ou atraso mental”? Por que o grande escritor Camões em seu livro “Os Lusíadas”, ao usar palavras como ingrês, pubricar, pranta, frauta e frecha não foi tachado de alguém com “defeito de fala”? É preciso analisar, porque se alguma linguagem existe deve ter seu motivo de uso.

No livro “A língua de Eulália,” Bagno (2000), a personagem Irene explica que algumas coisas que se pensa está “errada,” como alguns chamam de falas de pessoas ignorantes, na verdade se trata de heranças antigas, uma espécie de fósseis linguísticos, que se pode chamar de arcaísmos.

As pessoas de maior idade também sofrem bastante com o preconceito da língua, por usarem, falares “arcaicos”, ditos por alguns como “falares fora de moda”. Ora, todas as línguas evoluem, pois não estão paradas, se movimentam , passam por mudanças. Melhor fazer uma análise histórica para depois entender a linguagem das pessoas mais velhas e aprender respeitar a gramática delas.

A educação escolar, como um processo educativo, necessita de mudanças, para isso, é necessário entender que a língua não é um “igapó”, a beira do rio e sim um rio grande, largo, longo Bagno (1999). Os educadores deverão navegar nesse rio para entender que o preconceito referente a língua deverá ser combatido, desta forma, haverá mudanças positivas neste país, que já enfrenta vários casos de preconceito.





REFERÊNCIAS

BAGNO, Marcos. Preconceito Lingüístico: O que é como se faz. 9 ed. São Paulo: Loyola, 1999.

______ A língua de Eulália. Novela Sociolingüística. São Paulo: Contexto, 1997.

______ Pesquisa na escola: O que é e como se faz. 2 ed. São Paulo: Loyola, 1999.

______. PORTUGUÊS OU BRASILEIRO? Um convite à pesquisa. São Paulo: Parábola Editorial, 2001.

DISCUTINDINDO LÍNGUA PORTUGUESA. São Paulo: Escala Educacional, ano 2, n 10, 2008.

LUFT, Celso Pedro. Língua e liberdade. 3 ed. São Paulo: Ática, 1994.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO. Parâmetros Curriculares Nacionais: Língua portuguesa, Brasília, Secretaria de Educação Fundamental, 1998.

MOLLICA, Maria Cecília; BRAGA, Maria Luiza (Orgs.). Introdução à sociolingüística: o tratamento da variação. São Paulo: Contexto, 2004.

TERRA, Ernani. Linguagem, língua e fala. São Paulo: Scipione, 1997.

TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. 11 ed. São Paulo: Cortez, 2006.

VOTRE, Sebastião Josué. Relevância da variável escolaridade. Apud MOLLICA, Maria Cecília; BRAGA, Maria Luiza (Orgs.). Introdução à sociolingüística: o tratamento da variação. São Paulo: Contexto, 2004.





[1] Aluna do curso de acesso ao Mestrado em Ciências da Educação pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa- FORUM, Professora do Departamento de Letras da Universidade Estadual do Piauí-UESPI. E-mail- elenilza10@hotmail.com

terça-feira, 5 de julho de 2011

FAMILIA VICENTINA NA OPÇÃO PREFERENCIAL PELOS POBRES

Família Vicentina
Família Vicentina Internacional
Adital

A Família Vicentina do Brasil esteve reunida em Goiânia (GO), de 22 a 26 de junho de 2011, para o seu XII Encontro Nacional. Éramos 71 participantes, provenientes das cinco regiões de nosso país, representando os mais de 260.000 membros das 10 congregações, movimentos e associações a que pertencemos.

Família Vicentina, pelos pobres do mundo, no mundo dos pobres. Esse tema evidencia o sentido e o alcance de nossa identidade vicentina. Somos uma grande família espiritual e missionária, que encontra em São Vicente de Paulo sua fonte de inspiração na vivência dos valores cristãos, particularmente da caridade compassiva e operosa para com os pobres, atuando no sentido de integrar evangelização e promoção humana. Pelos pobres do mundo, empenhamos nossas vidas, habilidades e recursos, movidos por nossa irrevogável opção pelos excluídos, opção que se desdobra da vocação que recebemos de Deus. No mundo dos pobres, reconhecemos o espaço próprio de nossa atuação e o lugar a partir do qual analisamos a realidade em que estamos inseridos. Neste evento, fomos iluminados pela narrativa do encontro de Jesus com o cego Bartimeu (cf. Mc 10,46-52).

Lançamos um olhar sobre a realidade, analisando a conjuntura sócio-eclesial, a partir dos pobres. Como Jesus, ainda que em meio a uma grande multidão, precisamos manter os olhos abertos para a situação daqueles que estão sentados à beira do caminho, a fim de conhecer seus dramas, identificar suas carências e infundir-lhes esperança. Precisamos também de ouvidos atentos aos gritos insistentes daqueles que estão mendigando, implorando compaixão e solidariedade, acomodados sob o manto da dependência, imobilizados pelo desprezo, calados pelas injustiças, sufocados, enfim, pela marginalização a que são submetidos. Ao considerar os problemas que afetam a sociedade contemporânea, não podemos nos contentar com um olhar superficial, dispersivo e generalizante, nem com uma escuta distraída, ocasional e apressada. Se, por força do carisma, centramos nosso coração nos pobres, nossa atenção e nossa solicitude deverão se dirigir também a eles. Nossa preocupação consistiu, portanto, em identificar, com lucidez, esperança e vigor, os impactos da cultura, da política e da economia sobre a trajetória dos pobres. A lei do mercado domina a sociedade, a globalização neoliberal acirra o estridente contraste entre ricos insensíveis e pobres necessitados de tudo, o fundamentalismo religioso mina as bases do diálogo e da cooperação em favor de um ethos mundial. Por outro lado, vemos florescer iniciativas promissoras em vista da construção de um outro mundo possível, como, por exemplo, os Fóruns Sociais, realizados nos mais diversos níveis, arregimentando organismos comprometidos com a transformação da realidade. No interior de nossa Igreja, assistimos o enfraquecimento da densidade profética da opção pelos pobres, nem sempre assumida como exigência intrínseca de nossa fé cristológica. Renovamos o nosso compromisso com a construção de uma Igreja-Povo de Deus, sacramento do Reino e servidora da humanidade, onde os leigos e leigas tenham sua cidadania assegurada e estimulada.

Em seguida, voltamos às fontes do Evangelho e da experiência de São Vicente para haurir luzes e inspirações para nossa caminhada junto aos pobres. Antes de tomar qualquer iniciativa, Jesus sempre demonstrava grande respeito pela dignidade e pela autonomia das pessoas que tinha diante de si. A Família Vicentina tem sido chamada, com maior insistência nos últimos anos, a ouvir os pobres e a promover o seu protagonismo na caridade(promoção humana e social) e na missão(evangelização e pastoral) para encontrar caminhos novos na tarefa de transformar as estruturas que os mantém encobertos pelo manto da indigência, sentados à beira do caminho, com o seu grito sufocado. Renovamos o nosso compromisso de aproximação em relação ao mundo dos pobres, deixando-nos evangelizar por eles e criando laços de amizade e cooperação com aqueles aos quais servimos. Para isso, haveremos de promover a integração entre os nossos Ramos, unindo nossas forças e qualificando nossa presença e atuação.

À luz das reflexões tecidas neste Encontro, pudemos apontar algumas pistas de ação para os nossos Ramos e para toda a Família Vicentina do Brasil. A pedagogia de Jesus é a da liberdade do amor, que convoca ao seguimento, restitui a dignidade, compromete a pessoa, soergue do desprezo e fortalece para o caminho. São Vicente, por sua vez, convida-nos a enternecer os nossos corações e a torná-los sensíveis aos clamores dos pobres. Por isso, renovamos nossa adesão ao discipulado de Cristo, evangelizador e servidor dos pobres, e comprometemo-nos a descobrir formas criativas e audaciosas de intervenção nas mais diferentes realidades, a fim de demonstrar, na itinerância da caridade e da missão, a relevância e a beleza do carisma que nos foi comunicado.

A Família Vicentina do Brasil



- Associação Internacional de Caridades - AIC
- Companhia das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo - FC
- Juventude Marial Vicentina - JMV
- Congregação da Missão - CM
- Associação da Medalha Milagrosa - AMM
- Congregação dos Religiosos de São Vicente de Paulo - RSVP
- Sociedade São Vicente de Paulo - SSVP
- Irmãs de São Vicente de Paulo de Gysegen "Servas dos Pobres” - ISVPG
- Missionários (as) Leigos (as) Vicentinos(as) - MISEVI
- Congregação dos Fráteres de Nossa Senhora, Mãe da Misericórdia

segunda-feira, 9 de maio de 2011

A felicidade só depende de você

Durante um seminário para casais, perguntaram a uma das esposas:

`Seu marido a faz feliz? Ele a faz feliz de verdade?´Neste momento, o marido levantou seu pescoço, demonstrando total segurança. Ele sabia que a sua esposa diria que sim, pois ela jamais havia reclamado de algo durante o casamento. Todavia, sua esposa respondeu a pergunta com um sonoro `NÃO´, daqueles bem redondos!
- `Não, o meu marido não me faz feliz´! (Neste momento o marido já procurava a porta de saída mais próxima). `Meu marido nunca me fez feliz e não me faz feliz! Eu sou feliz´. E continuou:

O fato de eu ser feliz ou não, não depende dele; e sim de mim. Eu sou a única pessoa da qual depende a minha felicidade. Eu determino ser feliz em cada situação e em cada momento da minha vida, pois se a minha felicidade dependesse de alguma pessoa, coisa ou circunstância sobre a face da Terra, eu estaria com sérios problemas. Tudo o que existe nesta vida muda constantemente:

O ser humano, as riquezas, o meu corpo, o clima, o meu chefe, os prazeres, os amigos, minha saúde física e mental. E assim eu poderia citar uma lista interminável. Eu decido ser feliz! Se tenho hoje minha casa vazia ou cheia: sou feliz! Se vou sair acompanhada ou sozinha: sou feliz! Se meu emprego é bem remunerado ou não: eu sou feliz! Sou casada, mas era feliz quando estava solteira. Eu sou feliz por mim mesma.
As demais coisas, pessoas, momentos ou situações eu chamo de `experiências que podem ou não me proporcionar momentos de alegria e tristeza. Quando alguém que eu amo morre eu sou uma pessoa feliz num momento inevitável de tristeza. Aprendo com as experiências passageiras e vivo as que são eternas como amar, perdoar, ajudar, compreender, aceitar, consolar.
Há pessoas que dizem: hoje não posso ser feliz porque estou doente, porque não tenho dinheiro, porque faz muito calor, porque alguém me insultou, porque alguém deixou de me amar, porque eu não soube me dar valor, porque meu marido não é como eu esperava, porque meus filhos não me fazem felizes, porque meus amigos não me fazem felizes, porque meu emprego é medíocre e por aí vai.
Eu amo meu marido e me sinto amada por ele desde que nos casamos. Amo a vida que tenho, mas não porque minha vida é mais fácil do que a dos outros. É porque eu decidi ser feliz como indivíduo e me responsabilizo por minha felicidade.
Quando eu tiro essa obrigação do meu marido e de qualquer outra pessoa, deixo-os livres do peso de me carregar nos ombros. A vida de todos fica muito mais leve. E é dessa forma que consegui um casamento bem sucedido ao longo de tantos anos´.

Nunca deixe nas mãos de ninguém uma responsabilidade tão grande quanto a de assumir e promover sua felicidade. SEJA FELIZ, mesmo que faça calor, mesmo que esteja doente, mesmo que não tenha dinheiro, mesmo que alguém o tenha machucado, magoado, mesmo que alguém não o ame ou não lhe dê o devido valor.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Mamografia na radiologia

A mamografia é um exame fundamental para avaliação das mamas. Partindo do pressuposto de que tanto homens como mulheres podem desenvolver um câncer de mama, o exame torna um imperativo na prevenção a este tipo de doença. Por outro lado o exame de mamografia é considerado o mais eficaz método de diagnóstico para detecção de câncer de mama, e quando mais cedo é detectado, retirando o tumor em sua fase inicial e recebendo um tratamento eficiente pode garantir uma redução considerada na mortalidade por este tipo de patologia. Segundo a enfermeira Gilze Maria Costa Francisco, 42 anos, fundadora do Instituo Neo Mama, que teve câncer de mama:
"Descobri o câncer de mama aos 38 anos, fazendo o auto-exame em casa. (...) tinha certeza do diagnóstico e procurei o meu ginecologista no dia seguinte. Ele achou que fosse exagero, mas a mamografia indicou uma biópsia e logo em seguida comecei o tratamento”. (Maria, 2010)
A mamografia é produzida por um aparelho de raio X, chamado mamógrafo, desde o seu surgimento até os dias de hoje evoluiu bastante, aperfeiçoando ainda mais os métodos de processamento de imagem e garantindo um diagnóstico ainda mais preciso. Os mais recente avanço da mamografia é a mamografia digital que mesmo usando o método semelhante ao do raio x convencional consegue produzir uma imagem muito superior aquelas obtidas anteriormente, além de outros benefícios, como tempo para obtenção do diagnóstico entre outras vantagens. “As imagens digitais são visualizadas nos monitores imediatamente após a exposição, permitindo que o radiologista faça o laudo do exame diretamente de sua estação de trabalho, antes mesmo da paciente sair da sala.” (Press à Porter, 2008).
Outro aspecto importante é o que diz respeito aos procedimentos na realização do exame, entre vários podemos destacar o controle e a observação da radiação recebida pelo paciente durante os exames, sempre observando as normas do CNEM – Conselho Nacional Energia Nuclear, no tocante aos limites de dose que devem ser administradas nos pacientes e mais especificamente o principio ALARA que defende que toda dose aplicada deve ser justificada pelos seus benefícios. Nos exames de mamografia a radiação absorvida é sempre alta, devido à densidade da mama, podendo se diferenciar pelo tamanho da mesma, idade do paciente e a forma de compressão que podem representar uma redução ou não da dose recebida. Como a mama é muito sensível ao desenvolvimento do câncer, o exame torna-se indispensável para detectar, precocemente, esse tipo de patologia e garantir uma maior possibilidade de cura.
“O órgão do corpo humano mais sensível aos efeitos cancerígenos da radiação é a mama”, diz o Dr. John McDougall, diretor clínico do Hospital Santa Helena, em Deer Park, Califórnia. “É ainda mais sensível do que a medula óssea, o pulmão ou a tireóide”. (Hunt, 1991)
O tempo médio de duplicação de uma célula cancerosa é de cem dias. Depois de cem dias tem, portanto duas células, após duzentos, quatro células, e assim por diante. Desta forma os exames preventivos são sempre muito importantes, antes mesmo de passar por exames de mamografia é importante que use de outros meios para preventivos que garanta o bom funcionamento fisiológico de seu corpo. Portanto o exame pode contribuir muito para detectar um câncer em sua fase inicial, nódulos benignos ou malignos e micro calcificações.
No entanto, a consciência ainda é a maior aliada, no sentido de prevenir ou remediar o mais precocemente possível este tipo de patologia, pois quanto mais cedo se detecte, maiores serão as possibilidades de obter sucesso no tratamento. Assim, é fundamental que realizar os exames periódicos capazes de detectar alguma alteração em nosso organismo, como garantia de prevenir muito antes do que remediar. Não basta também só fazer exames, é preciso mudar hábitos e comportamentos frente a tudo que possa levar mais rapidamente ao desenvolvimento uma patologia ou até mesmo a morte. O exame de mamografia, portanto representa uma contribuição fundamental para redução da mortalidade por câncer de mama.

REFERÊNCIAS:
http://saude.terra.com.br/interna/0,,OI185094-EI1510,00.html – texto de Gilza Maria Costa Francisco. Fundadora do instituto neo mama de prevenção e combate ao câncer de mama. Disponível em 22 de março de 2011.
http://www.pressaporter.com.br/pressaporter/show.aspx?id_materia=8393&id_canalpai=0&id_canal=383 – Texto 2008, Press à Porter. Disponível em 22 de março de 2011.
www.taps.org.br/paginas/cancerarti07.html - texto de East-West Journal, 1991. Diana Hunt é formada em tecnologia radiológica pela Universidade da Califórnia, UCLA. Disponível em 22 de março de 2011.
http://www.cnen.gov.br/ - normas e procedimentos de proteção radiológica. Disponível em 22 de março de 2011.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Fraternidade e a vida no planeta

Este tema da campanha da fraternidade, como outros que antecederam servem sobretudo para repensarmos a precária ação do homem atentando contra sua própria vida. Por outro lado revela o quanto somos egoista e solitários em nossos sonhos, contrariando a solidariedade e o bem de todos.
A solidariedade não é uma ação isolada, ser solidário é sobretudo procurar o bem coletivo, e este bem coletivo se contrasta com diferentes interesses individuais como desafio, sendo necessário a superação desses interesses em detrimento do bem estar coletivo. O tema é muito importante, mas precisa que entre nós tomemos consciência em primeiro lugar de nós mesmos, de nossas individualidades, de nossos interesses, para que nossa discurssão em torno de um assunto de tão elevada importância, não possa significar tão somente uma "bela" retórica. Por isso não podemos fugir de um debate que encontre o verdadeiro foco de influência que conduz as pessoas para destruição do planeta e da vida. Com um olhar profundo podemos perceber que dois aspectos contribuem fundalmentalmente para a degradação do planeta: O consumo desenfreado e egoísta e a fome do capital, estes devem ser contidos de forma urgente se temos verdadeiramente disposição de salvar o planeta. Sobre esta determinação quero chamar atenção do compromisso cristão, da tentativa de ser um outro Cristo assumida no batismo, da necessidade de neste momento superar o egoísmo para testemunhar o nosso ser cristão. A igreja convida e nós orientados pela nossa fé cristã, seguimos em buscando de um planeta vivo, uma terra melhor. O planeta ou a terra prometida, a terra de nossos sonhos, a terra da liberdade é possível é a terra onde minha felicidade não compromete a felicidade dos outros.
Portanto superior a este tema será nossas ações para proteger o planeta, pois nossos desejos e sonhos só são verdadeiros quando realizamos, quando fazemos com que estes se materializem em benéficios de todos. Lembre-se o mundo pode não exergar o que voçe faz em beneficio dele, mais voçe pode fazer algo para exergar esse mundo melhor, faça sua parte.

Antonio Duarte

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

O SONHO DA CRIANÇA É SER SEMELHANTE A SEUS PAIS

A tendência natural de uma criança é tornar-se aquilo que os adultos esperam dela. Assim as atitudes são diversas e não segue a mesma sistematica ultilizada pelos adultos, mas esta sempre relacionada com as influências de seu ambiente. Se nosso modo de falar aos filhos é dizendo: que são capazes, que são eficientes, que sabem, que é possível, eles terminam guardando dentro de si estas palavras e acabam cultivando esses sentimentos. Eles acabam gostando daquilo que também gostamos, e se interessando por tudo que esteja de alguma forma ligado aqueles valores que fora conquistado junto da familia e da sociedade.
Não é bom quando os filhos não tem idéias certas de si mesmos. Vivem esperando e executando as ordens que lhe são dadas. Agem por pressão, por obrigação, para cumprir tarefas.
A nossa alegria encantam nossos filhos. Encantam também os valores, como honestidade, sinceridade, discernimento entre o que é certo e errado, eles anseiam em ter os mesmos sentimentos. Outra atitude importante é mostrar interesse pelo que os filhos fazem na escola e fora dela. Pois os pais ainda devem significar a maior baliza para seus filhos e suas considerações sobre o que o filho aprendeu é fundamental para que continuem avançando e crescendo dignamente.
O lar deve ser um ambiente de confiança, onde a sinceridade seja uma necessidade para promoção do bem-estar de todos, onde não haja esconderijos e todos possam se sentir valorizados. Por outro lado não podemos viver reclamando as angustias da vida, temos que fazer o possível para que nossos filhos aprendam a gostar da vida e trabalhem cada dia para que o dia seguinte seja melhor. É feliz o filho que olha seus pais de forma orgulhosa, pois algo de importante ficou registrado em sua vida através experiência familiar.
Uma famila feliz não quer significar que não tenha problemas, uma familia feliz não é aquela que nunca falha, mas aquela que faz das falhas um verdadeiro aprendizado para não repetir o mesmos erros, é aquela que sabe reconhecer quando errou porque entende que pra o erro só existe uma saída, a correção e unidos podem superar mais rapidamente suas falhas. Portanto num ambiente onde todos se amam e querem o bem de todos é necessário perdoar muito e apoiar-se mutualmente na superação das angustias e sofrimentos. A nota baixa de seu filho não deve ser meio de constrangimento para o mesmo, deve ser compreendida como um alerta a falta de apoio da familia, entre outros fatores a serem analisados, de modo que identificando-os possam ser remédiados.
Quem ama cuida, mas é preciso saber até onde estamos cuidando ou cerceando a liberdade de nossos filhos e das pessoas que amamos. Amar é sobretudo dar liberdade, dar confiança, é promover outro para mundo, fazendo com que aprenda a viver no mundo, mesmo que istó possa significar um risco, mesmo que seja doloroso para nós compreender istó é preciso deixar que o outro seja. Istó pode significar um risco, mas é um risco necessário que todos tem que enfrentar, é o risco da existência.
Portanto o ser criança precisa do ser pai e mãe, não para definir a sua felicidade, mas para ser feliz diante daquilo que os pais significa pra ele, no orgulho e desejo de repetir os grandes feitos dos pais. O pai não precisa ser um super herói pra educar seus filhos e faze-los felizes, precisa tão somente amar muito seus filhos, perdoar, e sobretudo ajuda-los nos momentos de dificuldades. Desta forma os pais serão espelhos, e produzirão nos filhos as melhores imagens, despertando nos filhos o desejo de repetir as ações de seus pais e de alguma forma assemelhar-se a eles.

Antonio Duarte

ENSINO MÉDIO: PIOR ETAPA DA EDUCAÇÃO DO BRASIL

Série especial do iG mostra por que os adolescentes perdem interesse pela escola, acabam desistindo ou não aprendem o que deveriam
Cinthia Rodrigues, iG São Paulo | 21/02/2011

Há duas avaliações possíveis em relação à educação brasileira em geral. Pode-se ressaltar os problemas apontados nos testes nacionais e a má colocação do País nos principais rankings internacionais ou olhar pelo lado positivo, de que o acesso à escola está perto da universalização e a comparação de índices de qualidade dos últimos anos aponta uma trajetória de melhora. Já sobre o ensino médio, não há opção: os dados de abandono são alarmantes e não há avanço na qualidade na última década. Para entender por que a maioria dos jovens brasileiros entra nesta etapa escolar, mas apenas metade permanece até o fim e uma pequena minoria realmente aprende o que deveria, o iG Educação apresenta esta semana uma série de reportagens sobre o fracasso do ensino médio.



O problema é antigo, mas torna-se mais grave e urgente. As tecnologias reduziram os postos de trabalho mecânicos e aumentaram a exigência mínima intelectual para os empregos. A chance de um jovem sem ensino médio ser excluído na sociedade atual é muito maior do que há uma década, por exemplo. “Meus pais só fizeram até a 5ª série, mas eram profissionais bem colocados no mercado. Hoje teriam pouquíssimas e péssimas chances”, resume Wanda Engel, superintendente do Instituto Unibanco, voltado para pesquisas educacionais.
Ao mesmo tempo, a abundância de jovens no País está com tempo contado, segundo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). O Brasil entrou em um momento único na história de cada País em que há mais adultos do que crianças e idosos. Os especialistas chamam o fenômeno de bônus demográfico, pelo benefício que traz para a economia. Para os educadores, isso significa que daqui para frente haverá menos crianças e adolescentes para educar.
“É agora ou nunca”, diz a doutoranda em Educação e presidente do Centro de Estudos e Memória da Juventude, Fabiana Costa. “A fase do ensino médio é crucial para ganhar ou perder a geração. Ali são apresentadas várias experiências aos adolescentes. Ele pode se tornar um ótimo cidadão pelas décadas de vida produtiva que tem pela frente ou cair na marginalidade”, afirma.
História desfavorável
O problema do ensino médio é mais grave do que o do fundamental porque até pouco tempo – e para muitos até agora – a etapa não era vista como essencial. A média de escolaridade dos adultos no Brasil ainda é de 7,8 anos e só em 2009 a constituição foi alterada para tornar obrigatórios 14 anos de estudo, somando aos nove do ensino fundamental, dois do infantil e três do médio. O prazo para a universalização dessa obrigatoriedade é 2016.
Por isso, governo, ONGs e acadêmicos ainda concentram os esforços nas crianças. A expectativa era de que os pequenos bem formados fizessem uma escola melhor quando chegassem à adolescência, mas a melhoria no fundamental não tem se refletido no médio.
Para o coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, a questão envolve dinheiro. Quando o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef) foi criado, em 1996, repassava a Estados e municípios verba conforme o número de matrículas só naquela etapa. “O dinheiro não era suficiente para investir em tudo e foi preciso escolher alguma coisa”, diz o especialista.
A correção foi feita em 2007, quando o “F “da sigla foi trocado por um “B”, de Educação Básica, e os repasses de verba passaram a valer também para o ensino médio. “Só que aí, as escolas para este público já estavam sucateadas”, lamenta Cara.
A diferença é percebida pelos estudantes. Douglas Henrique da Silva, de 16 anos, estudava na municipal Guiomar Cabral, em Pirituba, zona oeste de São Paulo, até o ano passado quando se formou no 9º ano. Conta que frequentava a sala de informática uma vez por semana e o laboratório de ciências pelo menos uma vez por mês.

Foto: Amana Salles/Fotoarena
À esquerda, escola municipal Guiomar Cabral e, em frente, a estadual Cândido Gomide em São Paulo: diferença que pode ser percebida por quem passa é maior para quem estuda

Em 2010, no 1º ano do ensino médio, conseguiu vaga na escola estadual Cândido Gomide, que fica exatamente em frente à anterior. Só pelos muros de uma e outra, qualquer pessoa que passa por ali já pode notar alguma diferença de estrutura, mas os colegas veteranos de Douglas contam que ele vai perceber na prática uma mudança maior.
“Aqui nunca usam os computadores e não tem laboratório de ciências”, afirma Wilton Garrido Medeiros, de 19 anos, que também estranhou a perda de equipamentos quando saiu de uma escola municipal de Guarulhos, onde estudou até 2009. Agora começa o 2º ano na estadual de Pirituba, desanimado: “Lá também tinha mais professor, aqui muitos faltam e ninguém se dedica.”
Até a disponibilidade de indicadores de qualidade do ensino médio é precária. Enquanto todos os alunos do fundamental são avaliados individualmente pela Prova Brasil desde 2005, o ensino médio continua sendo avaliado por amostragem, o que impossibilita a implantação e o acompanhamento de metas por escola e aluno e um bom planejamento do aprendizado.
A amostra, no entanto, é suficiente para produzir o Índice da Educação Básica (Ideb), em que a etapa é a que tem pior conceito das avaliadas pelo Ministério da Educação. Foi assim desde a primeira edição em 2005, quando o ensino médio ficou com nota 3,4; a 8ª série, 3,5; e a 4ª série, 3,8; em uma escala de zero a 10. Se no ensino fundamental ocorreu uma melhora e em 2009 o conceito subiu, respectivamente, para 4 e 4,6, os adolescentes do ensino médio não conseguiram passar de 3,6.
“A etapa falha na escolha do conteúdo, que não é atrativo para o estudante, e também não consegue êxito no ensino do que se propõe a ensinar”, diz Mateus Prado, presidente do Instituto Henfil e colunista do iG que escreverá artigos especialmente para esta série, que durante os próximos dias conduzirá o leitor a conhecer o tamanho do problema e refletir sobre possíveis soluções.
Acompanhe esta semana:
Terça-feira: Por que o adolescente perde o interesse pela escola?
Quarta-feira: O que significa a má qualidade indicada nos índices?
Quinta-feira: Falta o mínimo: professores qualificados
Sexta-feira: Iniciativas que podem mudar este quadro

http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/ensino+medio+a+pior+etapa+da+educacao+do+brasil/n1238031482488.html/ em 22/02/2011 – 11:30hm

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

UM RESUMO SOBRE ORIENTAÇÕES CURRICULARES PARA O ENSINO DE FILOSOFIA

Uma das características mais importante da Filosofia é a multiplicidade de perspectivas, evitando imposições doutrinárias. Um currículo de Filosofia deve contemplar a diversidade sem desconsiderar o professor em suas posições, nem impedir que ele as defenda. A orientação geral de um currículo de filosofia pode tão somente ser filosófica, e não especificamente de uma linha filosófica ou de filosofias, mesmo que isso seja uma posição do professor. Por outro lado a filosofia condiciona o saber ou a busca do conhecimento ao questionamento como possibilidade de formação de uma consciência crítica, capaz de criar outros modos de pensar e ver a realidade.

IDENTIDADE DA FILOSOFIA

A filosofia está identificada pela historia da filosofia, não por uma parte, mas pelo seu todo diverso e articulado em cada momento histórico. Desde os primeiros filósofos até o momento, todos pensavam e pensam a realidade enquanto tal para dela extrair suas conclusões, pois todo conhecimento filosófico significa conhecimento da realidade enquanto tal na sua totalidade, articulado por uma capacidade de repensar as coisas para produção de novas idéias, aprofundando ainda mais o conhecimento sobre elas.

Cada filósofo tem sua particularidade na construção do pensamento filosófico, que se dar em diferentes contextos da história do homem e sempre procurará responder baseado nos conceitos pelos quais elabora seu pensamento. Sempre dependerá da opção por um modo determinado de filosofar que considere justificado. Portanto o caráter fundamental da filosofia está centrado na evolução histórica da própria filosofia, que procura responder em todas as fases da história do homem as questões mais intrigantes que o envolvem, e que pela dinâmica da história e pela realidade mutável das coisas torna essencial o pensar e necessário o repensar das coisas.
Amar a sabedoria é muito mais que “conhecer” as coisas, é extrair algo mais das coisas é repensar o pensado. O ensino de Filosofia não representa um conjunto de doutrinas, mas um desafio pela busca da essencialidade das coisas, daquilo que está implícito.
A história da Filosofia significa sobretudo a evolução do pensamento humano, de forma sistemática em cada momento da história da humanidade, isso é importante na construção do pensar pós-moderno ou contemporâneo. No entanto isso não significa pensar o pensado, mas repensar o pensado para construção de um pensar atual, contextualizado, sistemático como possibilidade de afirmação do homem que busca saber, que deseja conhecer como fizeram todos os que nos antecederam na construção da história da Filosofia.
No ensino de filosofia antes de qualquer coisa temos que falar em filosofia e não em filosofias, pois estas evidenciam tão somente a diversidade e complexidade dos modos e correntes filosóficas. É claro que quando tratamos de filosofia não podemos jamais fugir do que foi construído filosoficamente, nesse sentido o ensino deve possibilita uma visão sistemática da evolução da filosofia. Portanto temos que permitir ao aluno essa possibilidade de saber prioritariamente o que é filosofia e não filosofias, pois estas serão conhecidas naturalmente através do estudo da história da filosofia.
A atividade filosófica focaliza seu agir na reflexão como possibilidade de justificar a necessidade do questionar a natureza, e suas possíveis mutações. Assim o repensar a realidade é condição básica para o agir humano e a critica é a capacidade de não manter este repensar como algo absoluto ou inquestionável. Neste sentido tanto a capacidade natural de repensar a realidade como a crítica são elementos fundamentais para a construção de uma filosofia sistemática.
Cabe, então, especificamente a Filosofia a capacidade de análise, de reconstrução racional e de crítica, a partir da compreensão de que tomar posições diante de textos propostos de qualquer tipo (textos filosóficos ou não e formações discursivas não explicitadas em textos) e emitir opiniões acerca deles é um pressuposto indispensável para o exercício da cidadania.
É recomendável que a História da Filosofia e o texto filosófico tenham papel central no ensino da Filosofia, ainda que a perspectiva adotada pelo professor seja temática, não sendo excessivo reforçar a importância de se trabalhar com os textos propriamente filosóficos e primários, mesmo quando se dialoga com textos de outra natureza, literários e jornalísticos, por exemplo.

OBJETIVOS DA FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO

A Filosofia cumpre sua tarefa na formação, à medida que articula noções de modo bem mais duradouro que outros saberes, mais suscetíveis de serem afetados pelas inconstâncias das informações. Ela não pode ser um conjunto sem sentido de opiniões, um sem número de sistemas desconexos a serem guardados na cabeça do aluno que acabe por desencorajá-los.
Os conhecimentos de Filosofia devem ser para ele conhecimentos vivos e adquiridos como apóio para a vida, pois do contrário dificilmente teriam sentido para um jovem nessa fase de formação.
O Objetivo da disciplina não é apenas propiciar ao aluno um mero enriquecimento intelectual. Ela é parte de uma proposta de ensino que pretende desenvolver no aluno a capacidade para responder, lançando mão dos conhecimentos adquiridos, as questões advindas das mais variadas situações. Essa capacidade de resposta deve ultrapassar a mera repetição de informações adquiridas, mas, ao mesmo tempo, apoiar-se em conhecimentos prévios.

COMPETÊNCIAS E HABILIDADES EM FILOSOFIA

É a capacidade de criar, da curiosidade, de pensar múltiplas alternativas para a solução de um problema, ou seja, do desenvolvimento do pensamento crítico, da capacidade de trabalhar em equipe, da disposição para procurar e aceitar críticas, da disposição para o risco, de saber comunicar-se, da capacidade de buscar conhecimentos.
A Filosofia tem como tarefa especifica e fundamental, fazer o estudante chegar a uma competência discurso-filosófico. O desenvolvimento geral de competências comunicativas, o que implica um tipo de leitura, envolvendo capacidade de análise, de interpretação, de reconstrução racional e de crítica.
É imprescindível que o estudante do ensino médio tenha interiorizado um quadro mínimo de referências a partir da tradição filosófica, o que nos conduz a um programa de trabalho centrado primordialmente nos próprios textos dessa tradição, mesmo que não exclusivamente neles.
O papel do professor, ao desenvolver habilidades, não é incutir valores, doutrinar, mas sim “despertar os jovens para a reflexão filosófica, bem como transmitir aos alunos do ensino médio o legado da tradição e o gosto pelo pensamento inovador, crítico e independente”.

CONTÉUDOS DE FILOSOFIA

O ensino de filosofia não oferece uma seqüência de dados a serem decorados, mas condição suficiente para um desejo maior pelo saber, pelo conhecimento, e mesmo que se tenha que recorrer aos conteúdos histórico-filosóficos estes só terão sentido para a filosofia quando aplicados a reflexão. Por outro lado o caráter dinâmico da filosofia tende a conduzi-la para uma nova visão da realidade, pois não fica estática, parada ou presa aos modos de pensar já construídos anteriormente, mas diante de uma realidade mutável procura estabelecer novas linhas de pensamentos capaz de explicar a realidade atual e suas conseqüências.
Neste sentido a leitura dos textos filosóficos, a elaboração escrita de modo reflexivo, o debate de conteúdos e outros elementos que possam favorecer a capacidade crítica-filosófica são sempre elementos fundamentais para que tais conteúdos alcance seu maximo aproveitamento. É importante que os conteúdos e conhecimentos filosóficos estejam sempre articulados com diferentes outros conteúdos das ciências naturais e humanas, nas artes e nas produções culturais, além da necessidade contextualização dos mesmos.

“A Filosofia é teoria, visão crítica, trabalho do conceito, devendo ser preservada como tal e não como um somatório de idéias que o estudante deva decorar.” Portanto cabe ensinar Filosofia acompanhando ou, pelo menos, respeitando o movimento do pensar á luz de grandes obras, independentemente do autor ou da teoria escolhida

METODOLOGIA

A filosofia não diferente de outros campos de estudos tem sua peculiaridade, ou seja, seu conteúdo especifico, que deverá ser trabalhado. No entanto a concepção metodológica em filosofia está longe de ser aquela ideal, os fatores para isto são os mais variados, vão desde a ruptura do ensino de filosofia no Brasil até a indefinição dos conteúdos a serem aplicados em sala e o ensino por parte de profissionais que não tem formação na área. Muitos desses professores exerce o ensino de filosofia como mera aplicação de conteúdos sem levar em conta a atividade reflexiva que é elemento fundamental do ensino de filosofia. Tal limitação desvirtua o real papel do ensino de filosofia que é basicamente trabalhar a consciência crítica dos jovens em relação as suas próprias realidades político, cultural e social.
É difícil que um profissional que tenha formação em outra área possa exercer uma área que não seja aquela de sua formação, caso contrario por mais próxima que estejam estas áreas nunca terão competências para destinar os conteúdos ao foco daquela determinada área. Esse pode ser considerado um dos grandes problemas do ensino de filosofia no Brasil, mudança de foco e ausência da atividade reflexiva.
O ensino de filosofia tem uma característica da busca do novo, através de temas clássicos da filosofia, mas não apenas a repetição de conteúdos filosóficos anteriores a nossa contemporaneidade. Os clássicos e a história da filosofia é meio que conduz o estudante a uma construção racional sistemática, organizada além de oferecer elementos possíveis para uma visão critica e reflexiva da realidade. A construção racional será sempre algo orientado nunca imposto, porque somente através da atividade reflexiva o individuo tira suas conclusões de forma livre, contrariando ou aceitando de acordo com a capacidade de sua consciência crítica, não fugindo jamais do sentido primordial da filosofia.

Portanto o profissional de Filosofia poderá desenvolver projetos que torne a participação ativa, dialogada, formando no jovem a capacidade de interação com a realidade em sua totalidade e mais especificamente na relação com outras áreas do conhecimento, mas sem perder de vista o verdadeiro objeto de estudo da filosofia. Por outro lado não basta ser um bom profissional tem que saber relacionar os saberes com os diferentes contextos da filosofia, dos alunos, da escola e da sociedade. Desta forma o profissional de Filosofia não atenderá apenas o desejo de ministrar uma boa aula, mas de fazer essa boa aula acontecer, seja através da contextualização dos conteúdos, da socialização do conhecimento ou da atividade reflexiva, que interagindo com o contexto social de cada um possa dar sentido ao conhecimento filosófico e a consciência critica como elemento de transformação da sociedade.



Referencias:

MEC. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Superior.
Parecer CNE/CES n° 492/2001, aprovado em 3 de abril de 2001. Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de Filosofia, História, Geografia, Serviço Social, Comunicação Social, Ciências Sociais, Letras, Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 9 de julho de 2001. Seção 1, p. 50.

Ciências humanas e suas tecnologias / Secretaria de Educação Básica. – Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006.133 p. (Orientações curriculares para o ensino médio ; volume 3).

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O SER HUMANO NÃO PODE VIVER ISOLADO

O grande sonho do homem deveria ser, viver de tal forma a nunca ficar só e ter sempre ao seu redor, pessoas que necessitem do seu carinho e de sua palavra. A amizade constitui uma necessidade basilar na vida humana. Sempre desejamos, muito embora nem sempre conquistamos. Acolher o necessitado deve ser uma ação natural, da mesma forma que suprimos nossas necessidades fisiológicas também devemos alimentar nossas necessidades afetivas, e estas só acontecem por meio do acolhimento e do amor dispensado aos nossos semelhantes. Não existem ações desprovidas de desinteresse. A humanidade não alcançou este grau de perfeição. Mas é possível que existam por parte de algumas pessoas um agir desinteressado. São estas pessoas que abrem caminhos para um mundo melhor. A convivência humana é a experiência mais doce e significante que se possa experimentar, nela encontramos a possibilidade da interação, do aprendizado e sobretudo da tolerancia que nos conduz a uma convivencia pacifica. O perdão é outro elemento fundamental no agir humano, é através do perdão que encontramos a traquilidade necessária para superar os momentos mais difíceis e trágicos. Para os pais, o maior investimento é preparar adequadamente seus filhos para vida. Porque dinheiro nenhum pagará a sabedoria que alegremente implatamos no coração de nossos filhos. Avida é a maior e melhor escola que podemos ter, é nela que aprendemos ou não o valor da amizade e do respeito ao semelhante. O ser humano é naturalmente um ser social, que precisa de outros para viver e como tal é responsavel não só pelo seu bem estar mas pelo bem estar também de outros. Dessa forma somos responsáveis pelo que fazemos e pelo que deixamos de fazer, nossas responsabilidades vai além dos meros compromissos que a vida em sociedade possa nos impor.
Por isso temos quer ser ainda mais abertos e tolerantes, pois quanto maior for o numero de amigos, mais humana e bela será nossa vida.

Antonio Duarte

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

SAIBA TRANSFORMAR A PESQUISA DO TCC NO PRODUTO FINAL

Saiba transformar a pesquisa do TCC no produto final


Se estruturar toda a sustentação teórica de um TCC (trabalho de conclusão de curso) já é trabalhoso, tirar isso tudo do papel é tão laborioso quanto. Depois do processo de pesquisa, chega o momento de transformar conhecimentos em produto. Independentemente do formato ou do tema escolhido, o TCC deve aliar o conhecimento obtido durante a etapa de investigação com a criação de projetos que mostrem as opiniões e conclusões do aluno ou grupo.

"Todas as modalidades de TCC, independentemente do formato escolhido, precisam do processo investigativo para fundamentar teoricamente o produto final. O trabalho deve ser composto a partir de bases sólidas para aproximar o experimento das teorias aprendidas durante a graduação", explica Sérgio Arreguy, coordenador do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade FUMEC. Na opinião dele, teoria e prática são complementares para o processo de aprendizado.

Segundo Suzana Viegas, coordenadora do curso de Direito da UnB (Universidade de Brasília), para transmitir o conteúdo do trabalho, é necessário tomar como base autores que dominam o assunto a ser tratado e ao mesmo tempo desenvolver sua própria visão e conclusões sobre o tema. De acordo com ela, de nada adianta entregar um trabalho repleto de citações recolhidas durante a pesquisa. "Isso pode ser interpretado pela banca examinadora como plágio", alerta.

Para Orlando Strobel, diretor do curso de Engenharia Civil da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), transformar a pesquisa no trabalho é uma tarefa que ficará mais complicado a medida em que o estudante não conseguir se organizar. "Quando o aluno encontra dificuldades já para delimitar o projeto e realizar a pesquisa, fazer o trabalho final se torna ainda mais difícil", resume ele. Strobel acredita que a pré-banca é essencial para auxiliar os estudantes. "É comum o tema desviar durante a coleta de materiais. Os examinadores têm como corrigir o rumo para que o produto final esteja alinhado à proposta", declara ele.

Já Suzana opta por acompanhar o processo de redação do projeto desde a etapa de pesquisa. "Todo o material recolhido durante as investigações é avaliado pelo orientador, que define a pertinência. Dessa forma, quando chega o momento de redigir a monografia, o estudante sabe quais autores servirão de base e quais são secundários", afirma ela.

Para ajudar os alunos, Suzana recomenda fichar todos os livros e artigos da bibliografia do trabalho. "Isso facilita a organização das idéias a serem expostas em cada capítulo da monografia", sugere ela. A coordenadora diz que esses sumários podem ser mudados enquanto o trabalho é escrito, mas aposta nesse método como o melhor para que os estudantes não repitam informações ou deixem conteúdos importantes de lado.

Trabalho final

Para redigir o TCC sobre planejamento de carreiras, o grupo de Aline Marcolongo, graduada em Gestão em Recursos Humanos pela UNICID (Universidade Cidade de São Paulo), não encontrou muitos problemas. Ela acredita que o sucesso se deu, em parte, pelo auxílio recebido do orientador. "O professor nos indicou os melhores autores para a pesquisa", garante ela. Aline diz ter tomado workshops, livros e palestras sobre o tema estudado como base. "Entretanto, no momento de escrever o projeto final, juntamos toda a investigação e tiramos nossas próprias conclusões a partir das diversas opiniões e posicionamentos estudados. Usamos os autores para solidificar o conhecimento", declara ela.

A metodologia de Aline é aprovada por Denilson Marques, chefe de departamento da graduação em Administração da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco). "Recomendo aos alunos identificarem o problema abordado, pesquisar autores com opiniões diferentes sobre o tópico e escolher a teoria que mais se aproxima da visão do grupo. Depois desse processo, é aconselhável procurar empresas para o estudo prático do tema e tirar as conclusões", diz ele.

Tal prática, de acordo com Marques, tem como objetivo consolidar a base teórica do trabalho. "Por isso a importância do uso de autores diversificados", explica ele. Entretanto, o chefe de departamento da graduação em Administração da UFPE lembra que não devem ser mencionados apenas pesquisadores com a mesma linha de pensamento do grupo. "Também é interessante usar opiniões divergentes, contanto que o grupo consiga explicar porque discorda da afirmação", explica.

No caso de trabalhos que tem produtos como objetivo final, Strobel lembra que, além do orientador, é importante procurar um docente que avalie a viabilidade econômica do projeto. "Não aceitamos estudos teóricos que não abordem a parte prática. Além das técnicas, avaliamos os conhecimentos de viabilidade econômica dos grupos porque, ao montar um projeto, é preciso que ele tenha chances de ser implantado na prática", diz ele.

Além da viabilidade, Arreguy destaca a importância da necessidade de estudar os nichos de mercado. "Da mesma forma que o mercado de trabalho exige prospecção e avaliação do aceite de clientes, exigimos o mesmo para os trabalhos de conclusão. Dessa maneira, o TCC contribui de forma plena para a formação do estudante", acrescenta.

Dicas para redigir seu TCC

- Fiche todos os artigos e livros lidos. Isso ajuda a organizar as principais idéias que devem constar no texto e não deixar nada de lado;

- Depois da leitura e confronto de todos os materiais recolhidos na etapa de pesquisa, tire suas próprias conclusões, sem abusar de citações;

- Fundamente suas opiniões teoricamente. O aluno só deve mostrar as próprias conclusões quando houver autores que as comprovem;

- Tenha o cuidado de creditar todas as citações para que o erro não seja interpretado como plágio;

- Avalie se o projeto tem viabilidade econômica e se há público consumidor.




Fonte: UNIVERSIA-BRASIL (com adaptações).

Os segredos da felicidade

Felicidade é um estado de espirito. É condição estabelecida não pelo meio em que vivemos, por mais conturbado que seja, mas pela capacidade que temos de superar os obstáculos pontuais da vida. Ainda que percorrecemos o mundo inteiro à procura da felicidade, não a encontraremos se não a levassemos dentro de nós. Ser feliz depende mais de cada um de nós do que dos outros. Então o que é que nos leva a quase sempre a atribuir aos outros a nossa incapacidade de ser feliz. Temos uma enorme dificuldade de aceitar nossos limites, nossas falhas, nossos erros, o outro é sempre o responsavel pela nossa infelicidade, de modo que sempre projetamos o nosso desejo de perfeição nos outros e não em nós, a ponto de outro só ser amigo quando me garante felicidade. A nossa felicidade não deve esta condicionada ao outro, mas sim a nós mesmos, muito embora deve esta ser compartilhada, ou seja, sociabilizada. Nós temos que nos reconhecer em nossas capacidades, mas sobretudo em nossas incapacidades, pois são nossas limitações que possibilitarão uma busca que nos leve a sermos seres melhores diante de nossas imperfeições. Somente uma pessoa modesta pode ser feliz, porque embora se dedique às pequenas coisas, por pequenas que sejam, vê sempre algo algo de grande, importante e belo. Na pequinez de nossas ações temos que superar a nós mesmos, aos nossos precoceitos se quisermos encontrar felicidade, o encontro com a felicidade é em primeira instância o encontro com nós mesmos, com o nosso eu da forma como ele realmente é, istó me parece bastante suficiente para perceber que a felicidade ou infelicidade está em primeiro lugar em nós e não nos outros. Portanto se quiser encontrar a felicidade não precisamos percorrer longos caminhos, ela se encontra bem perto de nós; precisamos tão somente abrir os olhos para vê-la nos minimos detalhes de nossa vida. É preciso olhar com o coração para ver mais longe e mais profundamente todas as coisas.
Como disse o Pe. Zezinho: "Ninguém nasce feliz ou infeliz, fica-se feliz ou infeliz..." a felicidade é uma conquista pessoal, conquiste a sua e o mundo será feliz com voçê. Atingir a felicidade não é um ato acidental; ela pode e deve ser construída por nós mesmos. Portanto o segredo de ser feliz está em nós, basta que aprendamos a falar conosco mesmo, aceitar-se tal como é realmente. Aqui me parece ser o primeiro e mais importante passo para vencer as complexidades, para ver a vida alegre e mais feliz.

Antonio Duarte

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Carroça vazia

Certa manhã, meu pai, muito sábio, convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer. Ele se deteve numa clareira e depois de um pequeno silêncio me perguntou:
- Além do cantar dos pássaros, você estar ouvindo mais alguma coisa?
Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:
- Estou ouvindo o barulho de uma carroça.
- Isso mesmo, disse meu pai, é uma carroça vazia.
Perguntei ao meu pai:
- Como saber que a carroça esta vazia, se ainda não a vimos?
Ora, respondeu meu pai. É muito facil saber que uma carroça está vazia. Basta ouvir o barulho. Quanto mais vazia a carroça, maior o barulho que ela faz.
Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais, gritando (no sentido de intimidar), tratando o proximo com grossura inoportuna, prepotente, interrompendo a conversa de todo mundo e querendo demonstrar que é o dono da razão e da verdade absoluta, tenho a impressão de ouvir a voz do meu pai dizendo: "Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz". Pensem nisso.

Autor Desconhecido

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Cuidar do outro é cultivar a vida

Cuidar pode ter varios sentidos e significados. O mais importante é aquele que esta voltado para promoção e o bem-estar da pessoa humana. São os limites da vida humana que nos leva para a necessidade de deixar que alguém cuide de nós ou que nós cuide de alguém. Por horas esquecemos da finitude que permeia à concretude da vida humana, nestas horas até achamos que nunca vamos precisar do cuidado do outro e nos enganamos porque a propria vida se encarregará de mostrar o quanto necessitamos dos outros para continuar vivendo. Em geral cuidar consiste em contribuir de alguma forma para que o outro esteja bem e possa viver bem. Cuidar é dar vida, é regar, é cultivar é dar sentido a existência da vida humana. O cuidado nos leva a um esforço que ultrapassa nossa humanidade, nossa individualidade, nosso ser.
A palavra "cuidado" deriva do latim cura ou coera, que num contexto de uma relação de amizade denota uma atitude de preocupação com a pessoa que amamos. Mesmo em outros contextos cuidar vai significar uma atitude de desvelo, de atenção com o outro, como também pode significar reponsabilidade pelo outro, participes da vida do outro. Cuidar estar na essencia do ser, é a forma de ser útil, é o meio que encontramos para confirmar a existencia de nosso ser. É o cuidando que nos faz perceber a finitude da existencia humana, é vendo a pobreza e a necessidade do outro que também percebemos a nossa.
O desafio do cuidar é sobretudo a capacidade de curar, sem causar mais dores e sofrimento o que é quase inevitavel a quem se propõem a tarefa ardoa e necessaria de cuidar. No entanto a sublime tarefa de cuidar por sí só já concretizar o ser ai do do homem numa necessidade imperativa de seu proprio existir.